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Última modificação: 31/07/2025 - às 14:28

AGRICULTURA: Tarifaço pressiona cadeia produtiva da carne no Rio Grande do Sul

Portal Paiva News RS

 

Sem alternativa imediata para substituir o mercado norte-americano, frigoríficos do centro do Brasil devem recorrer ao consumo interno para minimizar os prejuízos com a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump às exportações brasileiras a partir de 6 de agosto. Embora o Rio Grande do Sul concentre seus embarques para a Europa, esse novo fluxo representará proteína mais barata no Estado e pressão de preços para o setor gaúcho.

O diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, ressaltou que o Estado consome mais a proteína do que produz e, por isso, importa de outras regiões produtoras do Brasil.

“É a ‘lei’ da oferta e da demanda”, destacou, ao avaliar a crescente probabilidade de uma superoferta para os consumidores e a desvalorização dos preços para a cadeia produtiva do Estado.

Moussalle alertou, contudo, que a queda para os consumidores será gradual. Mas os produtores de todo o país já estão sendo impactados com o recuo na arroba dos preços do boi gordo com o efeito econômico do comprometimento das exportações de carne para os Estados Unidos. Ele adiantou que as consequências da sobretaxa de Trump deverão impactar os negócios nos leilões de Primavera da pecuária no Rio Grande do Sul.

Os norte-americanos são os maiores compradores da carne verde-amarela, uma das maiores commodities da cesta de alimentos nacional, conforme o diretor-executivo do Sicadergs, em torno de 45 mil toneladas por mês. Moussalle citou entre os principais “vendedores” os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Roraima e Rondônia.

Já as exportações gaúchas de carne bovina para os Estados Unidos registraram alta de 177% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, o faturamento nos seis primeiros meses de 2024 atingiu 18,6 milhões de dólares. Até junho de 2025, os negócios resultaram em uma renda de 51,6 milhões de dólares.

O presidente da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo Santos, explica que o setor não exporta para os Estados Unidos. Os norte-americanos são, inclusive, o principal concorrente do Brasil.

“Mas aí vem um efeito indireto, por um período transitório”, analisou, destacando que a cadeia produtiva de carne bovina está reduzindo produção, tem seus planos de contingência e que o país tem um leque de outros destinos para exportação.

O dirigente afirmou que está apreensivo, mas que segue com a perspectiva de negociação entre as nações pois a carne de frango é uma das mais consumidas do Brasil e deverá ser também a mais consumida do mundo em alguns anos. “O melhor caminho é a negociação, a diplomacia, não deixar que fatores políticos interfiram”, finalizou.

Fonte: C. do Povo / Portal Paiva News


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