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Última modificação: 27/07/2025 - às 08:35

Jovem do RS é selecionado para representar Brasil em Olimpíada de inteligência

Portal Paiva News RS

 

O canoense Ícaro Silva da Rosa Linck Fróes, de apenas 17 anos, foi selecionado para integrar a equipe brasileira que disputa a Olimpíada Internacional de Inteligência Artificial (IOAI) de 2025, que acontece em Pequim, na China. A seleção da equipe brasileira aconteceu por meio da 1ª Olimpíada Nacional de Inteligência Artificial (ONIA), onde Ícaro foi um dos destaques entre mais de 716 mil participantes.

O físico Antônio Carlan, coordenador da ONIA e membro do board da IOAI, afirma que a Olimpíada surgiu por uma série de fatores, incluindo a necessidade de desenvolver um projeto no final da graduação, durante a pandemia de COVID-19. O tema da Inteligência Artificial foi escolhido antes mesmo da popularização de modelos como o ChatGPT, pela importância de entender o funcionamento da nova tecnologia. "Matemática é uma ciência que já tem milhares de anos, a física tem centenas de anos. Nesse contexto, a IA nasceu ontem. Queremos que o Brasil seja protagonista no macrotema Inteligência Artificial, e não acabe como ocorreu com outras indústrias estratégicas", explica o físico.

Foi nesta época, com 12 anos, que Ícaro buscou aprender mais sobre programação. Inicialmente autodidata, em 2024 encontrou na Olimpíada uma forma de aprender junto de pessoas de todo o país, com o convite de um amigo. "Entrei para aprender. Ser campeão foi algo surreal. Olimpíadas são quase o oposto dos vestibulares. Elas nos incentivam a focar naquilo que amamos com profundidade", afirma o jovem.

De acordo com a organização do evento brasileiro, o aprendizado passa por quatro fases distintas. As duas primeiras totalmente virtuais e voltadas para o letramento digital. Já a terceira e a quarta fase estão dedicadas ao aprofundamento dos fundamentos e ao emprego de linguagens de programação e modelos de IA.

"Agora, nós temos que selecionar quais que são os melhores que vão representar o Brasil na Olimpíada Internacional. Então, nós começamos a introduzir para eles conceitos de análise de dados, conceitos de programação. Ali a gente já começa a realmente ter uma conversa de adulto com esses adolescentes.", afirma Carlan. "Só que o fenômeno incrível que acontece é que eles, por si só, já buscam. Eles falam no grupo, compartilham", completa.

Além da técnica, Carlan também explica que a Olimpíada aborda igualmente questões éticas, morais e políticas que estão envoltas na Inteligência Artificial. O projeto também visa preparar os alunos como profissionais. Na última etapa, os participantes realizaram tarefas no Laboratório Nacional de Computação Científica, no Rio de Janeiro, o maior supercomputador da América Latina. "Muita gente, que inclusive vai ser da área, nunca vai chegar a tocar, nunca vai chegar a usar esse tipo de tecnologia tão forte", afirma. 

Ícaro descreve que sua participação na Olimpíada transformou sua visão sobre a área. "Apesar de eu já saber um pouco de tecnologia e tudo mais antes da Olimpíada, ter passado por ela meio que mudou totalmente a visão que eu tinha sobre esse assunto específico. Ela te incentiva a ir atrás de conteúdos que são escassos aqui no Brasil, por ser uma ciência muito recente", relata.

A etapa presencial da Olimpíada Internacional acontece só em agosto, mas a fase inicial online já começou. Para o jovem, os desafios são grandes, mas o motivam a encontrar respostas. "Os problemas são muito complicados, muito complexos e só de tentar resolver eles já deu para ter um gostinho do quanto que dá para aprender com isso."

Ícaro afirma que a tecnologia já transformou o mundo desde que se tornou acessível a usuários comuns. "Conceitos como os modelos de linguagem, o ChatGPT, que conhecemos hoje, já existiam por volta de 2018", relata. Para ele, a mudança é tão significativa quanto o surgimento do celular ou do próprio computador. "Mudou a história completamente, e ainda vai mudar ainda mais."

Os outros membros da equipe brasileira são Gabriel Neves Siqueira, de São Paulo (SP); Miguel Cyrineu Vale, de Limeira (SP); e Samuel Mobilia Mota, de Douradina (PR). A IOAI é o principal torneio mundial de IA para estudantes do ensino básico, reunindo equipes de mais de 60 países.

Fonte: G1 RS


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